De norte a Sul, de Este a Oeste, a Índia é muito mais do que um país, pois de tão imenso, intenso e gigante mais parece um continente. 
 
Dizer que se conhece a Índia porque se viajou por aqui, uma, duas, dez vezes, é só uma ironia e o total desconhecimento deste universo sagrado. Viver aqui é ter a consciência desta vastidão de diferentes realidades. 
 
Visitei a Índia, nesta encarnação, pela primeira vez em 2017, e soube imediatamente que naquele momento tudo fazia sentido. Ao chegar a Deli, ainda no aeroporto, ao olhar as Mudras que se encontram nas paredes, as lágrimas eram imparáveis, de alegria, de certeza avassaladora de que seria nesta terra que se cumpriria o meu plano de Alma. 
 
Tive de esperar. Regressei em 2019, 2020, e comprei o bilhete só de vinda para Abril de 2021, porém o Universo tinha outros planos para mim, e para o resto da humanidade. 
 
Presa em Portugal, em casa, em confinamento Covid19, continuei o meu trabalho, mais activo que nunca, pois estavam tantas pessoas a precisar de alento, de energia boa e de esperança. Trabalhei tanto nesse período, ao serviço de seres humanos que pouco ou nada percebiam do que se estava a passar. 
 
E sabes, eu fui avisada, pois o meu Mestre Djwhal Khul disse-me que tivesse esperança e tranquilidade, pois eu iria regressar à mãe Índia, mas levaria algum tempo, pois coisas avassaladoras iriam acontecer.  E mesmo assim, eu tentei vir. E não vim. Tive de esperar e compreender o que a aceitação, a resiliência e o desapego, podem fazer pela nossa evolução. 
 
Bom, e o que fiz eu, durante todos os períodos de confinamento e entre eles, conduzi meditações de força, esperança, e confiança, todas as noites no Facebook, algumas vezes no Instagram e Youtube, conforme e internet permitia. Grande aprendizagem foi esta experiência. 
 
Muitas voltas, muitas resoluções de coisas que estavam pendentes, algumas há muitos anos, e fui compreendendo que jamais passamos para uma nova fase de verdade, sem resolver o que carregamos do passado. Há que deixar ir o velho, para dar lugar ao novo, parece um lugar comum, mas não é. 
 
Tantas coisas se passaram nesse terrível momento da história da humanidade, tantas lições, e tão poucas aprendizagens, na verdade. Mas é o que é. Todos aprendemos o que temos de aprender, no momento que temos de aprender. 
 
E eu não sou excepção. E assim que o mundo começou timidamente a abrir de novo as fronteiras, eu comecei a preparar aquela que tem sido a VIAGEM da minha vida, o maior desafio, e o maior privilégio. 
 
A 15 de Agosto de 2022, depois de ter criado um programa especial no sul da Índia com um grupo de pessoas tão díspares, eu vim finalmente para casa. Em Outubro viria o grupo ter comigo. Em Agosto teria o maior teste da minha vida, o do desapego daqueles que mais amo nesta vida, os meus filhos e as minhas netas. Foi ali e só ali, na despedida da minha filha Maria, que foi à frente para a Índia, para ter a certeza de que a mão ficaria em segurança, foi só ali que eu entendi a dimensão deste desafio, e percebi que atender ao Chamamento de Alma, pode ser tão doloroso quanto gratificante. 
 
Mas essa é outra estória…

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